António Carlos Valera O Castro de Santiago (Fornos de Algodres, Guarda): aspectos da calcolitização da bacia do Alto Mondego Resumo Neste texto, partindo-se do estudo monográfico do recinto interior do povoado calcolítico fortificado do Castro de Santiago (Fornos de Algodres, Guarda), procura-se analisar o problema da calcolitização na bacia do médio e alto Mondego e desenvolver um modelo explicativo, a uma escala fundamentalmente local, para o processo de mudança em questão. Após a descrição das metodologias utilizadas e de um breve enquadramento geográfico geral, o estudo inicia-se com a apresentação do registo das estratigrafias, estruturas e do faseamento observado no povoado, assim como da sua cronologia absoluta. Segue-se o estudo dos conjuntos de materiais, organizados em agrupamentos tipológicos (sempre contextualizados numa evolução regional), onde se estabelecem, a um primeiro nível, uma série de ideias relativas à organização da produção. É posteriormente feita uma análise da evolução da ocupação do recinto interior do povoado e um ensaio de definição da sua funcionalidade e de uma organização espacial de actividades. Ao nível da síntese, procura-se estabelecer os contornos da integração deste habitat num sistema de povoamento local, onde lhe é atribuído um sentido específico dentro de um processo de territorialização. Esta proposta é analisada no contexto do debate sobre as fortificações calcolíticas, propondo-se, por último, um modelo interpretativo para o processo de mudança observável na área em estudo a partir do III milénio AC. |